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Arquitetos: Xavier Andrés Arquitecte
- Área: 430 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Adrià Goula
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Fabricantes: Ecowood, GAP Associates, Instamarsa, Sib Bisbal
Descrição enviada pela equipe de projeto. O projeto do Hotel Somiatruites é de dois irmãos - um arquiteto e um cozinheiro - com o desejo de por em marcha um caminho conjunto, onde cozinha e arquitetura sejam capazes de transmitir valores comuns de integração ao bairro, à cidade e a um contexto sociocultural muito determinado.
O projeto começou em 2013 com a reforma de uma antiga fábrica de couros no bairro do Rec de Igualada, transformando-a em um restaurante.
O bairro Rec, localizado entre as encostas e o rio, tem sido por mais de quinhentos anos o lugar onde grandes fábricas de couro coexistiram com pequenas plantações no meio do rio. Embora ainda conserve empresas que produzem uma das melhores peles do mundo, crises sucessivas deixaram um grande patrimônio arquitetônico vazio.
Uma das premissas era conceber um projeto capaz de favorecer a regeneração do bairro e manter os laços históricos. O hotel é o projeto evolutivo do restaurante, que fornece às empresas o espaço necessário para acomodar seus clientes.
O Hotel Somiatruites foi pensado com a vontade de se integrar na arquitetura do bairro de forma sustentável e fazer parte do projeto gastronômico como um todo.
O edifício é construído como uma estrutura metálica leve que poupa a antiga construção, conservando-a em seu estado original e colocando-se acima dela, separado por uma linha de sombra que contrasta com o tempo, integrando-o com a volumetria existente.
A fachada é definida por elementos vazados que servem de controle solar e são uma atualização daquelas encontradas nas salas de secagem das antigas produções de couro.
O telhado inteiro é uma horta onde convergem as origens do bairro Rec - os pomares entre fábricas de couro -, o compromisso com uma futura transformação de um bairro sustentável e a principal ferramenta para projetar e explicar a cozinha do Somiatruitas. Um pomar fertilizado pelas galinhas que vivem juntas e regado pela água dos poços freáticos sob a mesma fábrica.
No interior: couro, madeira e luz são as ferramentas para conseguir espaços confortáveis e aconchegantes que possam ser adaptados às necessidades dos hóspedes. O fato de um grande número de hóspedes serem empresários significa que os quartos são entendidos não apenas como quartos, mas também como possíveis salas de estar e reuniões, o que é possível pela proposta de uma cama que está escondida no teto e uma mesa que também desaparece, tornando assim o espaço adaptável e dinâmico.